Fugindo da depressão.

Eu estava conversando com minha cunhada por esses dias e falávamos sobre buscar realizações próprias, como mulher, e falávamos também em como uma vida sem essas realizações atraía a depressão.

Eu mesma passei por um momento da minha vida, em que a depressão me pegou de "fininho" por não resolver bem essa questão.

Eu comecei a trabalhar com 14 anos, e foi uma ótima oportunidade para um crescimento em várias áreas da minha vida. E isso me trouxe muita segurança e confiança em mim mesma. Me sentia bem fazendo coisas importantes (para uma adolescente), me sentia independente em áreas que há muito tempo não devia mais depender dos meus pais pra realizar. Sem contar na questão financeira, ajudando em casa com o dinheiro do "meu trabalho", comprava coisas pra mim. Você deve saber como essa sensação é boa.

Me casei e continuei trabalhando, mas só depois do nascimento do meu segundo filho que as coisas ficaram meio complicadas. Meu esposo já estava em tempo integral trabalhando à serviço de Deus na igreja, mas não tínhamos condições financeiras de pagar alguém que pudesse cuidar dos nossos dois filhos e não queríamos sobrecarregar minha sogra, que sempre foi uma grande auxiliadora no nosso ministério (principalmente no meu). Então ficou mais "barato" eu parar de trabalhar e me dedicar integralmente à casa e à família.

Eu não resolvi bem essa questão dentro de mim e as coisas desandaram, nas minhas emoções, os meus sonhos e nas realizações que eu tinha em mente pra fazer acontecer.

É aí que muitas mulheres caem em depressão. Questões mal resolvidas dentro de si. Realizações interrompidas sem previsão pra acontecerem.

Eu tinha o desejo de fazer a tão sonhada faculdade, fazer cursos, viagens, terminar minha casa própria, ser bem-sucedida no ministério...e ainda tinha a questão financeira que não andava bem, contas e necessidades pendentes.

E quase que surtei com isso tudo, parecia que nada disso iria se realizar um dia.

Comecei a ficar amargurada, insegura, ignorante, impaciente, grosseira, sem sabedoria, murmuradora e com um espírito de auto-comiseração que me consumia.

Um dia ouvi meu esposo falar que não me reconhecia mais, que eu era divertida, carinhosa, doce, compreensiva quando nos casamos, mas que eu não estava mais sendo a mesma pessoa.

Foi quando o Senhor usou poderosamente uma amiga muito querida pra abrir meus olhos, pra me fazer sonhar com tudo aquilo novamente. Fazer-me entender que aquele era apenas um período que eu estava passando.

Era necessário eu passar por esse período de ser mãe integralmente, cuidar sem pressa das coisas do meu marido, estar em casa orando por ele e por nossos filhos durante todo o dia, etc. Mas eu não precisava parar de realizar coisas que me faziam bem. Eu havia me afastado das minhas amigas, eu queria que elas viessem até a mim mas nunca procurava saber como elas estavam, abandonei meu ministério na igreja (fiquei quase um ano sem ministrar o louvor), lia tão pouco que enfraqueci como alguém que não se alimenta à dias, minhas orações pareciam mais  um discurso para Deus sentir pena de mim (Deus não sente pena, sente compaixão).

Foi então que comecei um processo de arrependimento e restauração. Primeiro restaurar dentro de mim a confiança no meu Deus que é poderoso e sabia porque eu estava passando por um deserto em algumas áreas, mas era preciso eu fazer a minha parte.

É incrível como as coisas fluem quando quebramos as fortalezas de satanás em nossa vida.

Essa amiga que o Senhor colocou em meu caminho foi usada pra me mostrar coisas importantes que eu possuía e não valorizava. 

Comece hoje a buscar essa restauração se você passa por algo parecido, se está perto disso, vigie! É melhor consertar as coisas antes que elas se destroem, do que fica reparando erros depois.

Tudo é passageiro! As palavras do Senhor jamais passarão.

Deus é contigo! Confie no seu jeito de agir!

                                  Andressa Valladares.